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O desejo

     Ninguém contesta que seja natural desejar, e que o desejo represente um papel essencial na vida para realizarmos nossas aspirações. Mas o desejo não é mais que uma força cega, nem benéfica nem nefasta por si mesma. Tudo depende da influência que o desejo exerce sobre nós. É capaz de inspirar nossa existência como pode também envenená-la. Pode nos incitar a agir de maneira construtiva para nós mesmos e para os outros, mas pode representar intensos tormentos. É o caso quando ele se torna uma sede que nos tortura e nos consome. Pode nos tornar dependentes das próprias causas do sofrimento. Ele é, então, fonte de infelicidade, não havendo nenhuma vantagem em permanecer como sua vítima. Mas existe o desejo sadio onde queremos receber do alto a plenitude de Deus, ser cheios do Espírito Santo, ser grandes homens, ser sinceros e fugir das coisas erradas.

 A raiva

    A raiva egocêntrica, precursora do ódio, obedece ao impulso de afastar todo aquele que puser algum obstáculo ao que nosso eu exige, sem consideração pelo bem-estar do outro. Ela se expressa com uma hostilidade aberta quando o ego ameaçado decide contra-atacar, e com ressentimento e rancor quando ele é ferido, desprezado ou ignorado. Uma simples cólera pode estar associada à malevolência, ao desejo de prejudicar conscientemente alguém.

A mente, obcecada pela animosidade e pelo ressentimento fecha-se na ilusão e se convence de que a fonte de sua insatisfação reside inteiramente fora de si mesma.

Na verdade, mesmo se o ressentimento foi desencadeado por um objeto exterior, ele não se encontra em outro lugar que não seja na nossa mente. Além disso, se nosso ódio for uma resposta ao ódio do outro, desencadearemos um círculo vicioso que jamais terá fim. Para fugirmos do ódio, devemos voltar nossa mente para o que lhe é diametralmente oposto: o amor e a compaixão.

 

Cedendo ao ódio, não prejudicamos necessariamente nosso inimigo, mas danificamos a nós mesmos. Perdemos nossa paz interior, não fazemos mais nada corretamente, digerimos mal, não dormimos mais, espantamos aqueles que vêm nos ver, lançamos olhares furiosos àqueles que ousam cruzar nosso caminho. Tornamos impossível a vida de quem mora conosco e afastamos nossos amigos mais caros. E, como aqueles que se compadecem de nós são cada vez menos numerosos, ficamos cada vez mais sós. […] De que serve? Mesmo se formos até o fim de nossa raiva, jamais eliminaremos todos os nossos inimigos. Conhece alguém que tenha conseguido fazê-lo? Enquanto guardamos em nós esse inimigo interior que é a cólera ou o ódio, poderemos destruir nossos inimigos exteriores hoje, mas outros aparecerão amanhã. Temos que a cada dia ser como o Publicano... Bater no peito todos os dias e confessar nossos pecados. Pois ele está à um passo de mim e parece impossível não cair nele.